Ronco e apnéia: como ocorre? - parte1.
Uma em cada oito pessoas ronca, sendo a incidência maior no gênero masculino (40% homens adultos e 30% das mulheres), tornando-se mais frequente com o avanço da idade. Presume-se que o ronco esteja presente no sono de 60% das pessoas com mais de 55 anos. Sabe se também que a incidência é três vezes maior em obesos do que em indivíduos com peso normal.
O QUE É:
Quando dormimos os músculos das vias aéreas relaxam, bem como toda a musculatura do corpo. Como estes tecidos ficam totalmente distensionados, acabam reduzindo o espaço por onde o ar transita. Ao passar por essa “atresia”, o ar faz tecidos como o palato mole, a língua e as amígdalas vibrarem, produzindo um ruído que conhecemos como "ronco".
Quando esta passagem se fecha por alguns instantes o ar deixa de passar, sendo este processo denominado de "apnéia".
Cada vez que ocorre uma apnéia, há uma diminuição rápida da oxigenação sanguínea. A fim de evitar a morte por asfixia, ocorre um microdespertar por tempo suficiente para conseguir desobstruir a passagem. Apesar disso o indivíduo não percebe e nem se recorda deste fato no dia seguinte.
Nos casos severos, esse fenômeno repete-se por mais de 30 vezes/hora em cada noite de sono.
Após cada microdespertar, ocorre uma descarga aguda de hormônios que, aliada a queda da oxigenação sanguínea, pode desencadear arritmias cardíacas, infarto do miocárdio e acidentes vasculares cerebrais (AVC) durante o sono. Além disso, a apnéia do sono se não tratada, pode ocasionar ou agravar doenças como diabetes, obesidade, hipertensão, insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio, arritmias cardíacas, AVCs, entre outras.
Devido ao grande número de microdespertares decorrentes das apnéias repetidas, o sono torna-se fragmentado, ocorrendo diminuição do sono profundo e do sono REM. O sono profundo é fundamental para a recuperação do corpo. Já a fase REM (Rapid Eye Movement - fase onde ocorrem os sonhos) é importante para a consolidação do aprendizado e memória. Assim, a apnéia do sono é uma das causas mais comuns de fadiga, sonolência e dificuldades de aprendizado e memória.
Na parte II iremos discutir mais sobre este problema.
Podemos realizar o dignóstico e dependo da severidade do problema podemos indicar o tratamento adequado.
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